A esta pátria ainda não a levaram os turistas.

Esta pátria
Esta cidade
Esta casa
defecada
por arcas
arcadas
Destilada e coordenada.
Ordenada, mas não em ordem.
Desordem x ordem arcana.
Esta agitação
Esta assuada que ven
de dentro
Esta tardezinha que cheira
a lembrança
Este quarto
Esta parede oculta que escreve
Com fúria
O que escreve
Que apaga
O que  escreve
Que grita que  cala
Que sussurra somos
E estamos batendo

De raiva batendo

De pena rindo
De pouco querendo
Saindo de um quarto
Para casa
Para a rua
Para a praça
Ao lugar de todas
Vivendo ou morrendo
Não ver o que acontece.
Morrendo e voltando
Vivendo e amando
Sorrindo
Batendo
Bebendo
Brandindo
Brandindo e soando
Tambores de sempre
Ao lugar gritado
Ao local urgente
O que espera?
E que chama
Que arde e espera
Que depois do sono
Da sesta negra
Que venha a horda
A cidade saindo
Ao lugar de todos
Batendo
Vibrando
Chorando
Rindo

Romina Paesani

Romina Paesani, natural da cidade de Vedia, em Buenos Aires, com uma extensa carreira artística na cidade de Junín (B), é professora, atriz, diretora, produtora e artista plástica. Este poema fará parte do intercâmbio cultural a ser realizado em março de 2026 na cidade de Recife, capital do Estado de Pernambuco-Brasil, com o intuito de entrelaçar ambas línguas historicamente separadas, talvez propositadamente. (Héctor Pellizzi)