DE CONVERSA
EM CONVERSA.
(Por ésio rafael).

Poderíamos por assim dizer, «De conversa em conversa» se estivéssemos nos referindo à música criada em 1970, pelo compositor baiano, de Juazeiro da Bahia, João Gilberto, como de resto, se estivéssemos nos referindo à cantoria de viola nordestina e «finada, cantoria de pé de parede».

Pinto do Monterio

O fato é que mudaram algumas coisas. Normal, normal, quando se fala em «cantoria de viola de pé de parede». ? Já se foi o tempo, do – Antônio Marinho; lá pelos anos 40, dos irmãos Batista; do Manuel Xudú; ou, Chudu, como queiras. Já se foi o tempo do – Domingos Fonseca, do Piauí, do Jó Patriota, o – Último dos Líricos; do polêmico e grandioso, Ivanildo Vilanova; do Diniz Vitorino; o – Augusto dos Anjos da viola; da dupla: João Paraibano e Sebastião Dias.

Jó Patriota

Agora, somente para não deixarmos de citar uma dupla totalmente inesquecível, justo que, todos são imortais, João Furiba e Onésimo Maia, não poderiam ficar de fora dessas poéticas e afetuosas lembranças do poder da palavra improvisada. Portanto, encerraremos essa – De conversa em conversa, com um cidadão por nome de: Severino Lourenço da Silva Pinto, o – Pinto do Monteiro, o maior poeta repentista do Brasil de todos os tempos:

— Um Pinto espantando onça
– De onde veio esse Pinto?
– Pinto – O soldado deixa o cinto
– O comandante o Quartel
– A abelha nesse dia
– Não voa mais no Vergel
– Se voar erra o cortiço
– Se acertar não faz o mel.

– E, se for por respeito à cultura «popular», Pinto foi homenageado, num – Festival de Cinema de Guarulhos – SP. Até aí, «Nada de Novo Embaixo do Sol. E, para finalizar com um tempero, ácido, mortal, do mestre Pinto, ao ser Paraninfo de uma turma de Jornalismo da Universidade Católica de Pernambuco, e, em resposta a uma jornalista de Rede Globo, no momento em que Pinto adentrava no Auditório da Universidade, já em cadeira de rodas, monitorado pela poetisa – Elza.

A jornalista formulou a pergunta: PINTO, O QUE ACHA DA VIDA? – NADA! Respondeu o mestre com um olhar contra feito.