O Comitê Memória, Verdade e Justiça de Pernambuco é uma organização que busca aprofundar a investigação sobre as violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar no Brasil, com foco em Pernambuco. Ele atua na busca por memória, verdade e justiça, promovendo ações como debates, cine-debates e a divulgação de informações sobre o período.

Nesta oportunidade junto ao Centro Cultural Manuel Lisboa que lembra ao dirigente do PCR sequestrado no dia 16 de agosto de 1973, em Recife, e torturado até a morte no DOI-Codi do 4° Exército, localizado na Praça 13 de maio da capital pernambucana, organizaram uma roda de conversa com ex presas políticas uruguaias  e brasileiras e representantes argentinos de DDHH.

As militantes uruguaias, Alice Fay Dessent, Ana Elena Casamayou del Pino y María Luz Osimani, da rede nacional de sítios de memória, junto a Lidia Escalante e Francisco Arrua, ambos argentinos, militantes pela recuperação da memória do maior centro clandestino de tortura e morte: Campo de Maio.

Estiveram presente as brasileira Teresa Vilaça, Helena Serrazul, Eridan Magalhães, Lilia Godim e Vera Rocha.

No dizer de Jana Sá, presidenta do Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Norte: “Essa aliança de terror entre as ditaduras do Cone sul, que envolveu diretamente o Brasil, articulou prisões, torturas e desaparecimentos entre fronteiras. E escutar essas mulheres hoje é entender que não falamos do passado, mas de uma memória viva — que sangra e pulsa no presente”

Referente à Alice Fay Dessent, foi presa política no presídio Feminino Cabildo, é hoje referência na rede nacional de sítios de memória do Uruguai. Ana Elena Casamayou del Pino, fotógrafa e militante, também foi presa nesse presídio e Maria Luz Osimani, integrante da Crysol, (Associação de ex presos e presas políticas) também foi encarcerada e torturada.

Os argentinos Lídia Escalante e Francisco Arrua atuam na Comissão de Recuperação da Memória de Campo de Maio onde passaram 5.000 prisoneiros, a maioria desaparecidos, eles transformam o ocultamento em luz e denúncia.

Cabe destacar no evento a presença, entre outros, de Marcelo Santa Cruz e Amparo Araujo da Comissão Nacional de Mortos y Desaparecidos Políticos, Edgardo Cava, argentino, exilado no Brasil, Edival Nunes Cajá  ex preso político na luta contra a ditadura militar, e referente do centro Cultural Manoel Lisboa,  Marcelo Mario de Melo a través de um poema declamado pelo escritor e jornalista Héctor Pellizzi, ademais da presença de Wictor Santana, de Direitos Humanos do gabinete da Vereadora Cida Pedrosa do PC do B, que pessoalmente ampliou a difusão do encontro.